Conta-se a história de um grupo de cientistas que se reuniu e decidiu que o homem tinha ido tão longe que não mais precisaria de Deus. Depois de chegarem a esta conclusão designaram um dentre eles para ir a Deus e explicar que Ele não era mais necessário. O cientista disse:
– Deus, nós chegamos à conclusão que não precisamos mais do Senhor, pois estamos no ponto em que podemos conceber a vida em tubo de teste e até mesmo clonar pessoas. Estamos tão avançados tecnologicamente que podemos fazer muitas coisas que até pouco tempo seriam consideradas milagrosas. Então, estamos Lhe pedindo que deixe o mundo em nossas mãos.
Deus ouviu até que o homem terminasse e com grande amabilidade em Sua voz, disse:
– Muito bem, mas primeiro, por que não fazemos uma competição de criação do homem?
Aquilo soou como uma idéia maravilha ao cientista, e ele concordou com o desafio. Mas Deus disse:
– Agora, você entende que nós teremos que fazer isso como Eu fiz no passado, no jardim com Adão? – O homem com confiança em si mesmo disse:
– Isto não é um problema. – O cientista então se curvou e pegou um punhado de barro, imaginando que estava segurando em suas mãos todos os blocos da construção da vida. Mas Deus olhou para ele e disse:
– Você não entendeu. Você tem que conseguir o seu próprio barro.
Nós como seres humanos, nos tornamos tão auto-suficiente que nos esquecemos de onde viemos. Temos teorias sobre tudo, até mesmo sobre como o mundo começou. Uma delas é que tudo aconteceu por acaso. Mas essa não parece estar à altura da evidência que temos.
Dizem que há mais de 60 critérios necessários para existir vida na terra. A seguir está uma lista parcial do que é preciso. Não poderia existir vida na terra, se…
A rotação da terra fosse mais lenta, ou mais rápida
Estivéssemos 2% mais perto ou mais longe do sol
A terra sofresse uma mudança de 1% na luz solar
A terra fosse menor ou maior
A lua fosse menor ou maior
Tivéssemos mais de uma lua
A crosta da terra fosse mais fina ou mais grossa
A proporção de oxigênio/nitrogênio fosse maior ou menor
A camada de ozônio fosse maior ou menor
Então, podemos ver que é impossível que esta terra ou este Universo que desfrutamos tenham vindo à existência por acaso. Mas como ela veio à existência? Vamos analisar uma das passagens mais familiares da Bíblia que fala sobre como tudo começou, Gênesis 1:1, NVI.
No princípio, Deus criou os céus e a terra.
Vemos aqui um resumo do que será registrado no restante de Gênesis 1 e 2. É também o fundamento de tudo mais que acontece na Bíblia. Vamos agora analisar palavra por palavra.
No princípio
A Bíblia nos mostra claramente que houve um princípio. Que a vida não é um ciclo sem fim. Que tudo começou em um ponto específico no tempo. Alguns lá fora, olham para a história da criação como uma simples fábula, algo elaborado por cientistas para simplificar como a evolução ocorreu. Mas o hebreu, “breshith” diz que realmente houve um princípio. Quando foi esse princípio? Alguns dizem que o princípio aconteceu milhões de anos atrás, outros dizem dez milhares de anos, e ainda outros dizem apenas milhares de anos atrás.
Agora, se você abrir a sua Bíblia em Gênesis 1, você verá o ano 4004 AC. Esta é a data que a criação supostamente ocorreu. Quero lhe dizer que esta não é uma data inspirada. É uma data que foi concluída pelo bispo anglicano da Irlanda, James Ussher, em 1650, ao estudar a cronologia da Bíblia. Na verdade, o bispo Ussher chegou à exata data de 3 de outubro, de 4004 AC para a criação. Contudo, Ussher fez algumas suposições em seu estudo, que estamos descobrindo não serem verdadeiras, e que levam a criação uma pouco mais para trás. Contudo, o que Ussher fez nos ajuda a ver que o mundo não tem bilhões de anos, ou mesmo milhões de anos.
Mas tudo o que o registro de Genesis nos diz é: no princípio.
“No princípio” também nos diz que este mundo, inclusive os humanos, não é um acidente. Em algum ponto da história um Ser infinito pretendeu e criou este mundo. Este mundo, você e eu, não somos acidentes. Fomos propositalmente criados.
Vamos analisar a palavra seguinte: No princípio Deus.
A palavra em hebreu é “Elohim”, que é a palavra mais importante da Bíblia.
No Antigo Testamento, duas palavras principais são usadas para Deus. Uma palavra mais familiar que é: Yahweh ou Jeová. Este é o nome pessoal de Deus. A outra é a palavra usada neste verso: Elohim.
Um exemplo das diferenças entre o uso destas duas palavras é encontrado aqui nos primeiros dois capítulos de Gênesis. O primeiro usa a palavra Elohim exclusivamente para Deus. Ela se refere a Deus falando e aparecendo a luz, Deus falando e existindo o sol, a lua e as estrela, Deus falando e todos os animais aparecendo. Ela até se refere a Deus criando o homem, mas não diz como foi feito. Então, Deus, Elohim, é um Deus poderoso que fala e faz as coisas.
Agora vamos para o capítulo 2. A palavra usada para Deus aqui muda de Elohim para Yahweh. De repente, vemos um Deus muito mais pessoal. Um Deus que se curva no barro e cria o homem, um Deus que cria o jardim do Éden para o homem viver, um Deus que vê que o homem está sozinho e realiza a primeira cirurgia para criar uma auxiliadora para Adão.
Então o fato de vermos um Deus poderoso e pessoal envolvido na criação do mundo imediatamente lança dúvidas no:
ATEÍSMO – Doutrina: Se existe um Deus, Sua existência não pode ser provada.
PANTEÍSMO – Doutrina: Deus está em tudo. O perigo disto é que o Criador está agora sujeito aos caprichos de Sua criação.
POLITEÍSMO – Ensina que existem muitos deuses.
A Bíblia, porém, nos dia que um Ser infinito, o próprio Deus, foi o Criador.
Vemos que de fato houve um princípio, que este não é um Universo de ciclos infinitos e que este mundo não foi um acidente, vimos que um Deus poderoso e pessoal foi responsável pelo Universo. Agora vamos à próxima palavra:
No princípio Deus criou.
A palavra “bara” no hebraico revela muito. Ela é apenas usada para Deus como o sujeito, o que significa que somente Deus pode criar. Admito que levou um pouco de tempo para compreender as suas implicações. Somente Deus pode criar? Mas, e quanto às grandes obras-primas, às grandes peças de arte, não foram criadas pelos artistas? E quanto às grandes delícias culinárias? Não foram criadas pelas pessoas que as prepararam? E quanto aos pais? Não foram eles que criaram a criança que chama de sua?
Veja que muitas vezes usamos as palavras “criar” e “fazer” como permutáveis. Mas na verdade elas não são; pelo menos não na Bíblia. A Bíblia deixa bem claro que apenas Deus pode “bara”, criar. Mas, qual é a diferença?
Observe o que Deus fez: Ele criou algo do nada. Ele falou e houve luz. Ele não pegou um fio elétrico e o conectou a um grande gerador no Céu e então criou a luz. Não, ele criou luz onde não havia luz. Ele a criou do nada. Ele falou e os pássaros e peixes vieram a existir. Ele não usou uma incubadora de onde transferiu os ovos para criar os peixes e os pássaros. Ele criou algo do nada.
Vimos no começo do sermão que, como humanos, podemos fazer todos os tipos de coisas com materiais que já existem, mas jamais podemos criar algo do nada como Deus pode.
O que isso me diz? Isso me diz que o Deus poderoso e pessoal merece ser adorado como Criador. O único Ser no Universo que pode falar e alguma coisa vir a existir. O único Ser que pode criar algo do nada. Um Ser que fala e as árvores aparecem. Um Ser que fala e a água aparece. Um Ser que fala e o céu aparece. Esse tipo de Ser é digno de adoração porque Ele é o próprio e único Criador.
Na verdade, é disso que se trata o sábado – adorar e reverenciar Aquele que é o Criador. Como humanos, tornamo-nos como os cientistas de que falamos no início, que pensam que podemos viver sem Deus. Que não mais precisamos de Deus. Mas cada 7° dia, somos relembrados: “Tudo o que você precisa fazer é olhar ao redor e ver que você não é um criador, mas Deus no Céu é o Criador, digno de ser adorado.”
Já vimos que o Universo que não é um ciclo sem fim e que este mundo não foi um acidente. Vimos que um Deus poderoso e pessoal foi responsável pelo Universo, e vimos agora que o Criador, contrário a qualquer outro ser no Universo, criou este mundo do nada.
Agora vamos analisar as palavras finais deste verso:
No princípio, Deus criou os céus e a terra.
Existe um debate nos círculos religiosos, que questiona se estas palavras se referem ao Universo inteiro ou apenas ao mundo em que vivemos. Agora, eu não vou entrar no debate, porque penso que as palavras “os céus e a terra” nos falam claramente que Deus é responsável por tudo. Qualquer momento que esta frase é usada se refere a tudo que existe. Então, ao olharmos em um microscópio, cada pequenina coisa que vemos, Deus criou. Ao olharmos para o céu à noite com um telescópio, cada estrela e planeta que vemos, Deus criou. Ao olharmos ao nosso redor hoje, Deus criou tudo isso. E Ele deu a você e a mim, como humanos, a administração de tudo que Ele criou. Então, acho importante, que desfrutemos do mundo criado por Deus, e que nos lembremos que Deus é quem nos deu a responsabilidade de cuidar do que criou.
Tudo era perfeito. No final da criação, no 6° dia, ao Se preparar para descansar, Deus disse: “Está muito bom”. Ele havia criado tudo, mesmo o homem e a mulher com quem agora podia ter um relacionamento. Mas, então, algo errado aconteceu. Em algum momento no futuro, o homem e a mulher pecaram, e por causa do pecado, Sua criação foi arruinada. De repente, a morte apareceu e as coisas que Deus criou começaram a morrer; até mesmo o ser humano.
Mas Deus não permitiria que isso continuasse incontestado. Colocou em ação um plano, que havia feito antes mesmo de começar a criação. Ele mesmo viria a terra e salvaria a humanidade através da morte. Seria um grande risco, mas Deus estava disposto a pagar o preço para por fim ao pecado e à morte para sempre.
O apóstolo João descreve desta maneira:
João 1:1-4, 10-14
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens… O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.”
Deus mesmo veio a esta terra para colocar um basta ao pecado e a morte que arruinavam a Sua criação. E então, este “Verbo” que João descreve – o próprio Criador – Jesus Cristo, veio, viveu entre nós e então morreu para dar um fim ao ciclo de pecado e morte.
Mas ainda não terminou, a criação de Deus continua arruinada, mas um dia tudo mudará. O mesmo apóstolo João que descreve Jesus como sendo o Criador no princípio descreve as seguintes palavras que também ecoam as primeiras palavras da Bíblia:
Apoc. 22:12, 13
“E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.”
Porque Jesus veio e parou o ciclo de pecado e morte, Ele pode prometer que um dia tudo isso acabará. Um dia Ele voltará. Um dia o pecado, a morte, e o sofrimento terão um fim. E um dia, a criação de Deus será recriada, para nunca mais ser arruinada pelo pecado e pela morte. Ouça como João descreve esta recriação:
Apoc. 21:1-6
“Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim.”
Conclusão
Hoje, podemos ficar admirados com beleza que vemos ao nosso redor, mas em breve haverá um novo céu e uma nova terra, recriados. Não podemos nem mesmo começar a imaginar quão belo será. Quero lhe convidar hoje, a começar a planejar fazer parte desta terra renovada. Diga ao Criador que você está planejando fazer parte dessa grande recriação, onde o pecado, a morte, e o sofrimento jamais existirão. Amém.